terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Gosto de viajar pela estrada. Em todos os seus sentidos.


À noite, então, fico apenas com o seu silêncio. Ou com o ruído das matas acariciadas pelo vento. Ou mesmo do carro (e seu motor) contra o vento – guerra incessante, esta.

De dentro do meu “tomatinho selvagem”, Belchior desponta com seus antigos devaneios. Não sei porquê, mas penso que a sua voz fanhosa, e nem por isso enfadonha, combina bem com a noite. Com a noite em movimento. Com a noite pacata, em movimento, dentro de um carro, no meio da estrada. Na solidão da estrada à noite, conduzida pelas estrelas que despontam extrovertidas sem a luminosidade das broxantes alógenas.

E como Belchior está para Elis na mesma intensidade que eu estou para as águas, é a irreverência dessa voz tão feminina que o sucede pela minha companhia.

A estrada e a sua escuridão, misturadas aos gritinhos “elisticos”, são um chamariz para um ritualístico devaneio. Como disse, a viagem em todos os seus sentidos.

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