terça-feira, 25 de setembro de 2007


"O número cinco por certo é o que mais diretamente está ligado à vida no plano material. É considerado desde a remota antiguidade como sendo o símbolo da humanidade. [...] Preside todas as manifestações da vida, especialmente a animal, e com mais intensidade a vida humana na matéria." (José Laércio do Egito. Fonte: http://64.233.169.104/search?q=cacheEcEtTGO0CY8J:www.joselaerciodoegito.com.br/site_tema380.htm+n%C3%BAmero+5hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br)

Dizem, ainda, que é o número da "responsa".

Esse número, que apesar de não ser necessariamente o meu preferido, surgiu num dia do tal: o 7. Num dia de 7, o 5 desponta: faltam 05 dias... faltam apenas 05 dias...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Lá ia ela... dançante! A caminhar pelas águas cristalinas do forte. Sua cintura acompanhava o balanço da brisa, que deslocava o seu ventre compassadamente. Transeuntes se deliciavam enquanto a pequena “sereia terrestre” contemplava a vida e ia se reconstruindo de maresia.
Deitada, olhos cerrados, podia sentir o vento a sussurrar em seus ouvidos, embalar-lhe o corpo penetrado, em sua inteireza, pelas salinas e areias flutuantes.
A natureza tampouco se olvidou em reverenciá-la e lhe ofertou com o canto dos pássaros, o murmúrio dos ventos, o ricochetear das ondas, o tagarelar das crianças, os suspiros do ballet dos coqueirais e o gostoso sonzinho dos trôpegos passos caninos pela água.
Esse serzinho - dos mais femininos - podia sentir o seu encanto hipnotizando a vida e despertando paixões. Sem que precisasse pedir licença, era saudada pelo mar e protegida pelos deuses que do mar se encarregavam.
Submergia-se novamente naquelas águas que, embora salgadas, lhe ninavam com doçura, acarinhavam seus cabelos e massageavam com sutis ondinhas o seu corpo e todo o seu contorno.
E foi assim, que embevecida por tanto querer, como uma encantadora sereia terrena que era, lançou o seu último mergulho, levantou-se regozijante e, com a feminilidade sedutora que lhe era peculiar, levitou, de pé, sobre as águas e caminhou cantarolando e ninando o oceano... os peixes... as conchas e tudo o mais que, inebriado, aproximava-se.
Porém seus passos gentis foram, pouco a pouco, se atrapalhando. Suas pernas, cujos movimentos invejavam a Vênus de Milo, agora se locomoviam como se posicionadas sobre um cavalo. Não estava nem perto da meia noite, mas o conto de fadas já se esvaia com o surgir das macaquices involuntárias.
E aqueles passos que outrora despertavam, com o inigualável encanto, o mundo, colocava-o, agora, enojado, assustado e questionando: como algo tão magnanimamente belo, dilacerante em sua delicadeza e trepidante de sedução, de repente poderia disputar a sua esquisitice com aquele desconfortante andar masculino que, para não “espremer” as “circunferências” que carregam, são obrigados a manter as pernas brutalmente afastadas? Bem, a resposta a tal pergunta remonta ao nascimento da dantes sereia: ela era neném, não tinha talco. Sua mamãe passou açúcar, mas esqueceu do hipoglós.