Desde pequena sempre sonhei com uma casa na árvore. Uma casinha bem rústica toda de madeira, onde eu pudesse “segredar” minhas fantasias.
Uma casa que cantasse junto com o vento e que me aninhasse ao deitar, mirando o gemido das estrelas - brilhantes sobre toda aquela escuridão.
Uma casa que me escondesse do mundo e me flutuasse ao imaginário da MINHA “história sem fim”. Que agregasse um tantinho de cachorrinhos fofinhos e acolhesse os estribilhos dos pássaros na sua janela.
Cresci - não um tanto pra cima – e ainda não tinha a minha casa na árvore. Até este ano que, de fato, tem se revelado novo e/ou reinventado em muitos distintos e maravilhosos sentidos.
Cresci (ou aumentei de “juízo”) e diante do novo e de todas as alterações inesperadas que se apresentavam à minha frente, surgiu a minha casa na árvore.
A minha casa na árvore, a real, não era tão rústica, mas coloria meus olhos, pintada de lilás e enfeitada com as suas abstrações. Tinha chuveiro elétrico, dois quartos – cada qual com sua TV, janela e varanda – e um varandão onde eu podia contemplar o gosto do verde que me rodeava.
A minha casa na árvore, a real, tinha uma janela no seu banheiro, de onde eu podia me banhar sob a vista das montanhas. De onde eu podia esticar os braços e apanhar uma manga ou mesmo, desavisadamente, escutar o mugido das vacas e o caminhar de alguns cavalos
.
A minha casa na árvore, a real, balançava a cada passo por seu interior. E talvez por isso mesmo, a minha casa na árvore, a real, me acalentava qual um berço a ritmar meu sonho de um sono gostoso, revigorante, profundo e inebriante em uma casa na árvore, a da fantasia.
Obs.: A casa na árvore, a real, está localizada na Fazenda Vaccaro - Rio de Contas - Bahia.