
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Os perfumes

segunda-feira, 7 de maio de 2007
Os presentes
Às vezes muitas viagens não vêm acompanhadas de malas, mas só de presentes. O último que recebi, apesar de um prévio aviso de dois dias, não deixou de aparecer como uma grata surpresa.
Os presentes surgem e não importa que modifiquem sua rotina e descartem o que jamais poderia deixar de ser prioridade. Afinal, realizam uma nova impressão da simplicidade da vida, colorindo com mais vigor a riqueza costumeiramente escondida nos pequenos detalhes.
Os presentes... Pouca relevância tem que me sejam conferidos em locais nada atrativos. Ao contrário, aparecem justamente como um meio de consolo, entretenimento e distração – sábio e inexplicável dom de transformar o inferno em paraíso.
Os presentes – observem – sempre estão acoplados de imperceptíveis, porém eficientes, botõezinhos, os quais, uma vez acionados, são capazes de provocar incontroláveis gargalhadas, criar um campo de força contra o estresse e um precoce Alzheimer, que atinge tão somente aquela parte insolente e relutante do cotidiano.
E mesmo que a cor de suas crenças não combine com o tecido dos meus propósitos, os presentes sempre são presentes. Compõem-se de mimos, afagos e, sobretudo, de respeito e tolerância.
Ah, os presentes! Quem precisa de manual de instruções, quando a percepção autodidata já instrui o seu manuseio?
Dita percepção, no caso, automaticamente instruiu e automaticamente constatou: os presentes também são mensageiros e donos do tempo. Silenciosos e discretos, anunciam: vento forte e turbulento arrasta nuvens cinzentas do céu, garantido uma semana ensolarada e repleta de vigor.
P.S.: Havia esquecido de mencionar, mas os presentes têm esse poder.